Os anfíbios (latim científico: Amphibia) constituem uma
classe de animais vertebrados, pecilotérmicos que não possuem bolsa amniótica
agrupados na classe Amphibia. A característica mais marcante dos seres vivos da
classe é o seu ciclo de vida dividido em duas fases: uma aquática e outra
terrestre, apesar de haver exceções. Estão identificadas cerca de seis mil
espécies vivas de anfíbios cadastradas no Amphibian Species of the World.
Muitos pesquisadores acreditam que os anfíbios são
indicadores ecológicos e nas últimas décadas tem havido um declínio das populações
de anfíbios ao redor do globo. Muitas espécies estão ameaçadas ou extintas.
Os anfíbios evoluíram no Período Devoniano e eram os
principais predadores dos períodos Carbonífero e Permiano, mas muitas linhagens
foram exterminadas durante a extinção do Permiano-Triássico. Um grupo, o
metoposauridae, continuou um importante predador durante a Triássico, mas
devido provávelmente ao fato de o mundo ter se tornado mais seco durante o
Jurássico Inferior, estes foram extintos, assim como a maioria dos Temnospondyli,
como o Koolasuchus, e as ordens modernas de lissanfíbios.
Características gerais
A análise de um ser da classe dos anfíbios exige a
divisão de seu ciclo vital, devido a diferenças morfofisiológicas entre a fase
aquática e a terrestre (adulta).
Quando jovens, a maioria das espécies de anfíbios
vivem exclusivamente em ambiente aquático dulcícola, e sua estrutura corpórea é
semelhante a de um alevino, realizando respiração branquial. A fase jovem,
também conhecida como larval, é determinada do nascimento até a metamorfose do
anfíbio, que lhe permitirá sair do ambiente aquático e fazer parte do ambiente
terrestre. As larvas possuem cauda e até mesmo linha lateral como os peixes.
Já adultos, a dependência da água dos anfíbios
jovens é superada parcialmente, e após a metamorfose, a maioria das espécies,
pode deixar a água e viver em habitat terrestre. Apesar de pulmonados, os
representantes dessa classe possuem uma superfície alveolar muito pequena,
incapaz de suprir toda a demanda gasosa do animal. Portanto, como complemento à
respiração pulmonar, os anfíbios realizam a respiração cutânea (trocas de gases
através da pele), e para tanto possuem a pele bastante vascularizada e sempre
umedecida.
A circulação nos anfíbios é dita fechada (o sangue
sempre permanece em vasos), dupla (há o circuito corpóreo e o circuito
pulmonar) e incompleta (já que há mistura do sangue venoso e artérial no
coração). O coração do anfíbio apresenta apenas três cavidades: dois átrios,
nos quais há chegada de sangue ao coração; e um ventrículo, no qual o sangue é
direcionado ao pulmão ou ao corpo do animal.
O seu sistema excretor apresenta rins mesonéfricos
que são ligados por ureteres à bexiga, que por sua vez está ligada à cloaca.
Quando no estado larval o produto de sua excreção é a amônia, porém no estado
adulto excretam uréia. Quanto a locomoção, os membros da ordem Anura são, em
sua maioria, saltadores, as salamandras [Caudata] caminham e as cobras-cegas
[Gymnophiona] arrastam-se por contrações musculares. Na água são nadadores,
sendo que quando na fase larval utilizam a cauda e quando adultas, as rãs
utilizam as patas, que possuem membranas interdigitais. As pererecas apresentam
discos adesivos nos dedos, equivocadamente definidos como ventosas.
O sistema nervoso dos anfíbios tem como principal
órgão o encéfalo. Apresentam boa visão, com exceção das cobras-cegas, e tato em
toda superfície corporal. O seu sistema olfativo apresenta narinas e os órgãos
de Jacobson, no teto da cavidade nasal. Em sua língua se encontram botões
gustativos.
Alguns anfíbios podem ser venenosos, sendo que
alguns deles estão inclusive entre os animais mais venenosos. Os sapos possuem
uma glândula parotóide que produz veneno, e muitas glândulas pequenas
espalhadas por toda superfície do corpo, produtoras de muco e veneno. Entretanto,
este veneno da glândula paratóide é eliminado apenas quando tal glândula é
apertada. O manuseamento de anfíbios é normalmente seguro, desde que o veneno
não entre na circulação sanguínea através de ferimentos ou mucosa. Deve-se por
isso lavar as mãos depois do contato com os animais.
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